HISTÓRIA DE JUPI


Os espinhos chamados pelos nativos de Yupi, que significa “Espinho Agudo” deram origem ao nome do município. Jupi como povoado pertenceu ao Brejo da Madre de Deus, na categoria de distrito, passou a pertencer ao município de São Bento do Una, depois ao município de Canhotinho, a seguir, ao município de Palmerina, e por último ao município de Angelim. Por projeto do então deputado Dr. João Calado Borba, foi apresentado à assembléia estadual a emancipação de Jupi do município de Angelim, aprovado, passou a ser Lei nº 3331 de dezembro de 1958.

Nos meados do século XVI, fora o português Antônio Vieira de Melo, desterrado de Portugal para o Brasil por ordem da Coroa. Ao desembarcar em Salvador foi deportado pelo governo da época para o interior do Estado. Penetrou pelas matas. Depois de vários meses foi ter em taba de índios no Estado de Alagoas, onde hoje está localizada a cidade de União dos Palmares. Em pouco tempo conseguiu a simpatia e confiança. Atingiu o planalto de Garanhuns na Capitania de Pernambuco, cujo donatário na época era Duarte Coelho Pereira. Dali embrenhou-se nas matas vindo ter ao sopé de uma serra onde havia abundante água boa e bastante caça, onde elementos da mesma tribo de origem fizeram uma aldeia nas proximidades de uma fonte por eles denominada “Olho D’água de Yu-py”. As malocas desta aldeia foram feitas e cobertas com folhas das palmeiras nativas do local que os índios denominaram de Ouricury.

Deste ponto, Antônio Vieira de Melo, resolveu ir à Bahia, pedindo ao chefe da tribo dois índios de sua confiança para seus companheiros de viagem. Lá chegando, foi bem recebido pelo governador da Bahia relatando ao mesmo todos os acontecimentos. Em troca, solicitou o fornecimento de ferramentas e sementes para o cultivo da terra fértil do Olho D’água de Yu-py.

Logo ao retornar iniciou a exploração da terra. Ainda ao chegar da mesma viagem, autorizado pelo governador e de acordo com o chefe da tribo, enviou quatro índios aos campos de Oeiras no Piauí, de lá foram trazidas oito cabeças de gado, sendo seis fêmeas domesticadas.

Voltando à Bahia, a fim de prestar contas ao governador do que havia feito e resultados obtidos, desviou-se da rota traçada para viagem, tomando-se prisioneiro com seus companheiros de uma tribo canibal, sendo todos amarrados, estando à fogueira acesa onde seria ele e seus companheiros assados vivos. Antônio Vieira de Melo recorreu-se à Virgem Santíssima do Rosário, prometendo que se fosse salvo com seus companheiros, buscaria a sua imagem em Portugal e com os índios erigia uma capela em sua honra na localidade Olho D’Água de Yu-py, cingindo sua fronte com uma coroa de ouro maciço.

São e salvo, Antônio Vieira de Melo, cumpriu sua promessa trazendo a imagem que ficou sendo venerada em JUPI. Por Carta Régia de 1632, foi prescrita sua deportação, voltando a Portugal, trouxe para Jupi, sua família e o direito de posse as terras que cultiva, donde desmembrou o patrimônio de Nossa Senhora do Rosário, ficando dirigindo os destinos da área por muitos anos.

Seus restos mortais foram sepultados na antiga capela de Nossa Senhora do Rosário, que fora edificado no centro da praça atual de Nossa Senhora do Rosário, tendo em frente dos mesmos dois pés de palmeiras Ouricury, plantados pelos índios e ainda entre eles um alto cruzeiro de madeira trabalhada pelos índios sob um pedestal de pedras rústicas locais.

Nos princípios do presente século ainda existia em mãos o tenente Eduardo José de Melo, natural de Canhotinho e bisneto de Antônio Vieira de Melo, papéis onde estava traçado a sesmaria doada pelo rei de Portugal a Antônio Vieira de Melo. Os índios entre outros presentes, doaram a Antônio Vieira de Melo uma belíssima jarra que a anos passados esteve na posse de Da. Constância Paiva de Melo, descendente direta de Antônio Vieira de Melo.

Como povoado, pertenceu a sesmaria administrativa do município de Brejo da Madre de Deus, na categoria de distrito passou a pertencer ao município de São Bento do Una, depois para o município de Canhotinho, a seguir para o município de Palmeirina e por último para o município de Angelim.

Entre os anos de 1931 a 1936 ainda havia no centro da parte mais alta da Praça do Rosário um antigo histórico Jatobá, que servia de açougue público. Na época da guerra do Paraguai, um jovem desertor fora preso nas imediações de Bom Conselho, sendo encaminhado à Recife para julgamento. Chegou a ser amarrado no velho Jatobá, durante o descanso da tropa que o conduzia. Este jovem, depois de vários anos, chegou a ser general do exército e governador do estado de Pernambuco. Seu nome era Dantas Barreto.

Por projeto do então deputado João Calado Borba, foi apresentado à Assembléia Estadual a independência ou emancipação de Jupi do município de Angelim. Na época o projeto de emancipação necessitava da aprovação da Câmara de Vereadores de Angelim, então composta por José Freire da Silva, Otacílio Peixoto de Melo, Joaquim Venâncio de Moraes, Manoel Salgado de Vasconcelos, Enoque Elias, José Guilherme da Costa, Jocelino Cordeiro Sobral, Feliciano Paiva Melo e Hugo Salgado de Vasconcelos, sendo Prefeito Júlio Salgado de Vasconcelos.


Símbolos Oficias

Bandeira Oficial de Jupi
Brasão Oficial do Município de Jupi

Símbolos Oficias


Hino Municipal


No descerrar da cortina
Eis que tu surges, briosa
Tua Paisagem Fascina
Rios de têz caudalosa

Originou o teu nome
O espinho Yupi
O marco zero é no Peri-Peri
Sou lutador, tenho valor sou de Jupi

Jupi, Jupi, Jupi
Berço de nossos heróis
Terra de nosso viver
De nosso querer
Amada por nós

Teu galardão no luzeiro
Faz de teu povo irmandade
Projetando ao mundo inteiro
Tua profícua cidade

Um português altaneiro
É teu patrono viril
Trouxe a Virgem do Rosário
Pra capela de Olho D’água de Yu-pi

Jupi, Jupi, Jupi
Berço de nossos heróis
Terra de nosso viver
De nosso querer
Amada por nós

Saudamos aos fundadores
Com orgulho e gratidão
Salve oh! Cidade, teu estandarte
Com bravura e emoção

Do chão vem nosso sustento
Corre em teu veio a vitória
Dentro do peito, contentamento
E todo amor, toda glória

Jupi, Jupi, Jupi
Berço de nossos heróis
Terra de nosso viver
De nosso querer
Amada por nós

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